Aqui, minha vida inteira confesso
Levada, como meninos risonhos.
Uma vida regada em sonhos,
Sonhos errados por excesso.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Amo Amar-te


Amo amar você,
Amo amar-te com sexo,
Amo-te ao cinema com afeto,

Amo seu jeito de ser,
Amo seus lábios cálidos,
Amo seus pensamentos sábios

Amo seu modo de ver,
Amo seus olhos puxadinhos,
Amo seus afagos e carinhos.

Amo você ao comer,
Amo seus dentinhos mastigando,
Amo-te sorrindo, sonhando.

Amo todo o teu ser,
Amo a sua companhia,
Amo-te em família.

Amo, amo, amo você...
Amo teu caminhar...
Amo o teu olhar...
Amo teu gargalhar...
Amo o teu falar...
Amo contigo viajar...
Amo contigo sonhar...
Amo o teu jeito de amar.

Autor: Felipe Oliveira

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Desespero III



Com os olhos marejados
fito o espelho.
Busco do outro lado
um palpite, um conselho.


O reflexo não me diz nada...
não me satifaz,
a imagem de uma cara parada.
Isso não me trará paz.


Tateando o escuro...
procurando respostas.
Parece absurdo,
mas ainda não há questões propostas.


Então, o que buscar?
o que fazer?
o que encontrar?
o que saber?


Quão difícil é traduzir os sentimentos...
Por mais que me esforce não encontro argumentos.
Palavras, frases, nada, apenas me atormento
até quando será que aguento?


será loucura entristecer sem saber?
será certo chorar sem porquê?


O sono talvez tira tudo isso da cabeça...
Mesmo que eu não sei "o quê"
faça com que eu esqueça
e continue sem saber.


Autor: Felipe Oliveira

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Chuvisco em Gárgulas


“Amores vêm e vão
Como tempestade de verão”?
Ou como garoa fina
Tanto molha que nos alucina?

Tanto encharca a laje
Que aos pouco nos invade.
Tão fina que em nós arde
Testando a impermeabilidade
De nossos trajes.

Percorre os espaços recônditos
Declarando-nos cômicos,
Fracos de entendimentos,
Inexperientes em sentimentos.

Trôpegos por sonhos em excessos.
Sôfregos por desejos diversos.
Autor: Felipe Oliveira

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Quem ama...


Quem ama não busca recompensa,
Perdoa a ofensa
Não cria sentença.

Quem ama não se exaspera,
De alma se entrega
A tudo tolera.

Quem ama, pratica a sinceridade,
Com generosidade
E ainda bondade.

Quem ama vive em harmonia,
Doa alegria
Desconhece a nostalgia.

Quem ama não olha currículo,
Acolhe o mal-visto
Escuta o mal-dito.

Quem ama dispensa exame,
Não teme o vexame...
Pratique, ame!

Autor: Felipe Oliveira

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Bulício


Hmmm... sinto um cheiro
forte e doce,
não é deste meio
confuso pensei que fosse.

Deitado em tua cama
alucino em uma comparação,
declararás insana,
mas amo esta confusão.

Da cozinha pressinto o líquido
a ser preparado em meio a família.
Sonolento mas ainda vívido
descubro você nesta algaravia.

Meu desejo é de ter ambos aqui...
o preto e minha pretinha,
o líquido em si
e esta sapequinha.
Ação de má fé?
Não, não quero você mal,
porém, café e mulher
não tem aroma igual.

Como em uma chaleira
me delicio com os dois.
Esquento, perco a estribeira
sorvo depois.

Um eu chupo
N'outro bebo
Um eu lambo...
N'outro engulo.


em ambos misturo
ambos eu cheiro...
ambos me arrisco
e também me deleito.

Líquido amargo ainda saboroso
lábios adocicados e gostosos
ambos negros e cálidos
espanta em mim o sábio.


A razão é incapaz
para domar esse desejo tenaz
apartar um belo corpo sagaz
e é isto o que me apraz.

Saber que junto de ti sou paixão
junto de ti há prazer
junto de ti há tesão
as vezes não dá pra crer.

Sonho acordado
ao teu lado
bebendo o líquido calado.

Autor: Felipe Oliveira

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

A Carta


A vida às vezes nos pega de surpresa...
É nessas horas que pulsa o coração...
As pernas tremem, o corpo fraqueja...
Não conseguimos controlar, nem a própria mão!

Os olhos se enchem d’água...
Quando lemos as letras, as palavras...
São as frases que nos afaga...
Mas as pernas ainda parecem travadas!

Talvez sejam assim seus gestos ao pegar nesta carta...
Creio que isso não te deixará farta!
Farta de mim, farta de nós...
Queria que estivéssemos sós!

Mas não estamos?
Creio que sim.
Nós nos amamos.
É isso que importa no fim?

Estamos em um momento que nada faz sentido...
No momento em que o sentido não tem sentido...
Porque não há nada para ser sentido...
E o que sentimos não é o sentido!

Às vezes escrevemos tudo...
E não dizemos nada.
Mesmo assim, não é uma conversa de mudo...
Nem mesmo um conto de fada!

Às vezes é o que o coração sente...
É o que a paixão fala...
A razão não entende...
A compreensão em nós falha.

Distância cruel...
E ao mesmo tempo amiga...
Desejos como fel...
Amargam minha vida!



“Por que será que está me enviando isto somente agora?”
É uma pergunta sem resposta...
Eu não quero que você chore...
Não é esta a proposta!
Chorar por quê? Há motivos?
Não, talvez não...
Ainda, estamos vivos...
E em nós bate um coração.

Tristeza e alegria... Sentimentos!
Dúvidas, perguntas e questões...
Para você, tormentos.
Para mim? Emoções
Louco! Você diria...
Eu? Porque não?
Não era isso que queria?
Está no seu coração.



Está em suas mãos
Uma vida cheia de escolhas...
Está em seu coração...
Não permita que isso morra!



“essa é a carta mais louca que eu recebi!”
Talvez essa seja a mais bela que já escrevi.
O que queria dizer no início dela? Esqueci...
Tudo que coloquei não importa... Eu já li!



Dizer que te amo no final?
Não, não será esse o desfecho
Qual seria a razão para tal?
Eu já não disse no começo?



Oito de abril de dois mil e sete...
Domingo...
“é isso que ele lhe remete?
Mais nem um pingo?”

Autor: Felipe Oliveira

terça-feira, 25 de agosto de 2009

A MAÇÃ



Seja bela
seja fina
seja ela
seja minha...

Observo o precipício...
que me traz na pele o absurdo,
mas não me precipito
disfarço e me faço astuto.

Voyeur tão somente?
não só isso
tímido e saliente
sou um misto.

Sagrada é a palavra que me segura,
profana a vontade que me alucina
preenchendo os pensamentos de gostosuras
confesso: o abismo me fascina.

Seja leve
seja harmonia
seja febre
és fantasia!

Experiência tal qual Adão e Eva
aproxima-se minha Valhalla.
Em meu pescoço a realidade se revela
afiada como navalha.

Corto-me agora?
Lanço-me no futuro.
"Corra, vai-te embora!"
Ouço um sussurro.

Minha consciência me alerta...
Sobre tudo que sinto.
Meu corpo contigo flerta...
És desejo eu não minto.

Seja desejo...
Seja paixão...
Seja medo...
és minha aflição.

Desvio o olhar de teus seios...
fixo-os ao lado, no espelho
pensamentos em devaneios...
torturas, é o que semeio.

Devo ficar?
A razão aconselha a sair...
O corpo quer-se deleitar...
e em teu ser fundir.

Colhendo tempestades...
A cabeça em vertigem...
O coração palpita, arde
as pernas tremem.

Seja isso loucura
Seja algo a sorver
Seja apenas fissura
Ficarei sem saber!

Autor: Felipe Oliveira

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Desespero II


Sinto-me cansado...
Tenho sono.
Acho que fui largado...
Sinto o abandono.

Desejo louco de deitar...
Vontade doida de não ver...
A impossibilidade de você me amar...
Sonho com isso até o amanhecer.

Ânsia e desamparo...
Dúvida que vem com despreparo...
Tudo isso me custa caro...
Mas não ligo, amanhã já saro.

Amanhã pode ser muito tarde...
Mas hoje sinto que é cedo...
De saudade o peito arde...
Trazendo consigo o medo.

Medo do furor desta chama...
Dentro do corpo, bate um coração que ama...
E por ti... ele clama...
Realidade insana!

Autor: Felipe Oliveira

Desejo Febril


Observar...

O corpo inerte no chão...

Escutar...

A batida forte do coração...

Tocar...

A maciez da sua mão...

Olhar...

Tudo isso que não é ilusão.



Vestir...

Com sêda macia teu corpo nu...

Sentir...

Os pêlos eriçados de desejo cru...

Sorrir...

Para o dia de um céu azul...

Encobrir...

O teu nome de todos, Ju.



Saber...

Que amanhã é um novo dia...

Perceber...

Que muito se passa, até a alegria...

Entender...

Que não era o que se queria...

Crer...

Que algo superior é o guia.



Não estou em um hospício

por pensar assim...

mas nem tudo precisa ter início

para que haja fim.



Autor: Felipe Oliveira

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Liberdade Adquirida

Amo ler...
amo assistir...
amo escrever...
amo sorrir...

Amo livro...
amo a cena..
em mim só há um crivo..
que é não ter pena!

pena das vidas vazias...
da formalidade sem sentido..
eu quero mais as risadas vadias..
que muito de nós tem temido.

Mocidade vil...
Adultos insanos..
Amizade pueril...
levando uma vida de enganos..

Quero fugir deste mundo urbano..

Quero lama nos pés...
cheiro de barro...
perfume de mulher..
em meio o orvalho...

uma estrada...
um dia de sábado..
uma água gelada..
pra acalmar os beijos cálidos..

a poeira na perna..
as risadas sem freios..
antes o vinho na taberna...
.. realizações sem rodeios.


Autor: Felipe Oliveira

Diário


Diário meu...
E também dela...
Não escrevo em um breu...
Nem à luz de vela.

Foi o tempo que com uma pena molhada...
E ao lado um tinteiro...
Escreviam em uma folha amassada...
Poemas inteiros.

O tempo onde pessoas escreviam...
Anedotas, histórias e estórias...
E muitas vezes mentiam...
Descrevendo honras e glórias.

Poetas com os seus poemas...
Filósofos com os seus tratados...
Escrevia para as multidões, dezenas...
Que após ler, sentiam-se lavados.

Embriagavam com os seus pensamentos...
Vivia com paixão aqueles momentos...
Assombravam com tamanhos tormentos...
Deixando nas cartas as marcas de seus sentimentos!

Vidas inteiras...
Mortes sutis...
Lindas herdeiras...
E um final feliz.

Bem, aqui estou eu no século vinte e um....
Escrevendo versos em um computador...
Com apenas um destino comum...
Atingir uma linda moça, de que jeito for...

Não me importo com o ruim e o feio...
Nem ao menos com o bom e o belo...
Isso pertence a pensamentos alheios...
Aqui somente meus sentimentos revelo.

Um sentimento de amor...
Com uma imagem, uma lembrança...
Que apesar da distância, ainda há esperança
Que as vezes á acompanha de dor...

Nessa longa amizade....
Houve controvérsias e discussões...
Mas não importa, são paixões...
Que veio com afeto e cumplicidade.

Não quero dizer sobre meus dias...
Pois parece-me que não fiz nada...
Hoje vivo sem guias....
E me satisfaço na noite calada.

Entre frases e versos...
Poemas e sentimentos...
As vezes até com excessos...
Invoco alguns momentos.

Momentos de tristezas...
Momentos de alegrias...
Mesmo que não houve beleza...
Mas era o que me parecia...

Agora finalizo, pois já é tarde...
Não para mim, nem para ti...
Apenas o relógio que arde...
E me separa de si.

Ligado pelo meu sentimento...
Aguardo ansioso o momento...
Em que desfrutaremos...
juntos nossos sentimentos!


Autor: Felipe Oliveira


terça-feira, 4 de agosto de 2009

Desespero


Um livro fechado...
Um caderno aberto...
O sujeito calado...
De cabeça no teto.

Já não sabe se é amado...
Nem mais o que é correto.
Sente apenas enfado...
Isso já é concreto.

No pensamento o passado...
Com pretensão de um futuro certo.
Hoje, um presente carregado...
De tudo que é incerto.

Sofrendo calado...
por não ser completo...
Lembranças do passado...
que não é concreto...
Ainda engasgado...
totalmente repleto,
porém abafado...
dentro de pouco mais de um metro.


Autor: Felipe Oliveira

terça-feira, 28 de julho de 2009

Vir A Ludir




Deixar, a criança ir...

Perguntar no brincar

e nesse jogo refletir.



Deixar, a criança respirar...

só assim, poderá ela seguir

sem um adulto a sufocar.



A criança pode e vai conseguir...

nada é tão novo, que não possa ensinar

e nem tudo velho, que não possa seguir.



Esta criança não deve calar...

é necessário a sua voz ouvir

e juntos, seu canto entoar...



Pensamentos... deixo escapar

Palavras... a esparramar

No fim... tudo se unir

Assim, não poderá fugir.



Devo me despedir

Quero descansar.


Autor: Felipe Oliveira

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Vadio Lunático - I


Uma noite de ventos uivantes...
Um corpo já fadigado
traz na memória momentos antes
por muitos julgado e condenado.

Momentos de volúpias, doçuras...
àquele júri, nem tanto.
seriam exageros, loucuras...
alegria expressa em pranto.

"Não importo que me julgue...
que me culpe,
desde que não me limite...
não me tolhe!

Para muitos um lunático...
que seja, nada na vida se faz estático.

Amo a lua...
vim de lá...
sou da rua...
moro cá!"

Autor: Felipe Oliveira


Vadio Lunático - II



As avessas viver...
diferentemente de ti.
Como eu bem querer,
como posso sentir.

Tu não é meu projeto,
o que eu quero é ser...
nem de longe nem de perto...
você pode compreender.

Amar,
Sofrer,
Trabalhar,
Comer,
Sonhar,
Ser,
Caminhar,
Fazer,
Respirar...
Viver!

Autenticamente espontâneo...
Essencialmente insano!


Autor: Felipe Oliveira

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Por que escrevo?

Procuro entender por que escrevo...
Entendo que vem do peito e com ardor,
Não sei do que dizer: tristeza, ódio, amor?
Acho que nesta confusão apenas o desejo
Dê força suficiente para prosseguir,
Força tal que não me deixa ir...
Confesso que, não é por medo
Ou para fugir daquilo que se chama realidade,
Se afirmasse isso, seria até maldade...
Sei que assim posso encontrar desprezo
E em teu olhar posso ler:
“Tu escreves por escrever!”
Sim, por escrever, mas ainda mais, creio...
Não escrevo porque quero
Não se trata de algo concreto...
Escrevo simplesmente porque me veio
Sendo isto ou aquilo
Escrevo porque preciso!


Autor: Felipe Oliveira

Questões Vivenciais


Escrever...
Variados momentos...
Diversos lamentos...
Muitos tormentos...

Pensar...
No que fazer...
Pra quê sofrer?
O que escrever...

Crer...
Em um deus senil...
Doutrina sutil
Por promessas mil...

Falar...
O que não sabe
Onde não cabe
Pela metade

Chorar
Com enorme dor
Pelo amor...
Vida sem cor.

Sorrir...
Para o que virá...
Por muito sonhar
Enfim realizar.

Sentimentos
Ações
Momentos
Paixões

Desejos...
Poder...
Medos...
Crer...

Fantasia ou realidade...
Que seja, eu quero a verdade!








Autor: Felipe Oliveira

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Sentir o Sem Sentido


Ao despertar de súbito veio o medo...
Olho ao redor, mas nada vejo...
Em vão meus olhos tentam se fixar...
Brutal desespero este de não enxergar.

Na mente fagulhas de um passado...
Imagens contorcidas de algum ser amado...
Como em brasa o peito me revela...
Que já perdida está aquela.

Voltou a si? Não sei...
falsas são as paredes que tateei...
O infinito é o que me cerca...
Indiferença fulgaz o que me seca.

Chorar já não consigo
falar? nem preciso.
Sinto que já não sinto nada...
Não sei se é conto de bruxa ou de fada...



Autor: Felipe Oliveira

Amarelo Adoecer


A dor é ser...
Amar é elo...
Contigo viver
é o que quero!

Desejo é não ter
Coragem é tentar...
Por ti meu querer...
é mais que sonhar.

Vontades, volúpias...
de carinho e ternura...
Sonhos, utopias...
de experimentar sem frescura!

Vida em cacos, em fragmentos...
sem ti, meu bem...
fico preso nos fatos, dos eventos...
sou refém!

Mas se tu não é de ninguém...
Liberdade em mim, Amém!



Autor: Felipe Oliveira

Re - Partir





Não quero corar...

Não quero mentir...

Não quero segredos...


Não vou chorar...

Não quero partir...

Compreendo seus medos.


Sei que posso amar..

ao mesmo tempo refletir...

e ainda tenho desejos.


Não sei te falar...

As vezes nem agir...

Mas chega de rodeios...


Quero em ti encontrar....

Um sentimento que eu não possa fugir...

Falo sério, sem gracejos.


Você não quer acreditar...

e para me despedir

aproveito o ensejo...


Terminar...

Ir...

Que seja do teu jeito!



Autor: Felipe Oliveira

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Desabafo



Simples seria se não houvesse a razão...

Fácil, se fossemos pura emoção...

Gostoso seria viver só pelos instintos...

Inocente, talvez... ser guiado apenas pelo que sinto.


Vontade, dever...

Desejo, necessidade...

Alcançar, ter...

Saber, praticidade...


Sou simples? Complexo?

Sou o que sou?

Palavras sem nexos...

Coração que já amou...


Percepção, quem me define?

Conceitos, quais me limitam?

Peço somente que não me subestime...

Se vocês assim querem... terão!



Autor: Felipe Oliveira

Fragmentos



Hmmm... a chuva caindo lá fora...
o pão de queijo saindo do forno...
crianças lambuzam-se de amora...
o café esquentando no fogo.

A rede me traz aconchego...
No peito pulsa um coração...
Nos lábios o açúcar dos seus beijos...
Aflita se encontra minha mão...
Pêlos eriçados de desejos...
Grunhidos loucos de tesão...

Ahhhh... o relógio me desperta pra vida...
Tirando-me do sonho de glória...
Afastando da minha querida...
Mostrando que não se trata da memória..
e sim de ilusões vividas...

Travessuras da imaginação...
Na mente gira um pião...
Se já tive um? Sei não...


Autor: Felipe Oliveira

Vida e Morte em Vida



Entre árvores sadias e acabadas...
Por casas inabitadas...
É como tenho me sentido...
Assim eu tenho vivido.

Vida de delícias e dissabores...
De harmonia e horrores...
Dicotomia relevante...
E até predominante.

Maltrata-me de forma hábil...
Justifica-se de um jeito lábil...
Maneiras diversas de viver...
Jeitos múltiplos de morrer.

Autor: Felipe Oliveira

terça-feira, 21 de abril de 2009

Delírio



Começou...
A fazer sentido
Os flashes da minha memória...
A ter significado
Todas essas células...
A justificar
Todo fel.

O que sou?
Isso que tenho temido,
Não ter passado, nem glórias...
Ser formado
Por coisas incrédulas...
Não ser mar
Nem mel.

Quem sou?
Humano,
Isso que tenho sido...
Em consentimento tácito,
Um bípede mortal.

Como sou?
Insano,
(É apenas o que consigo?)
Como um beijo cálido,
Indecente e imoral.



Pra onde vou?
Nem purgatório, nem inferno e nem céu.
Tremo,
Ante o meu destino...
Nem por isso desisto.

Findou?
Não, aqui permaneço indelével.
Temo,
Apenas o meu declínio...
E ainda insisto.

Acabou...
As palavras não fazendo sentido,
Não passou de estória...
Mero bailado
De libélulas...
Em pleno ar
Em vasto céu.

Autor: Felipe Oliveira

Quem sou eu?

Há muitos anos me pergunto quem eu sou. Quanto mais me pergunto, menos sei quem sou. O que penso que sou não é o que sou.
Se apenas soubesse quem realmente sou, deixaria de proceder como penso que sou. E se parasse de me comportar como penso ser, saberia quem sou.

Homo Sapiens?...
Homo Demens?...
Homo Faber?....
Homo Ludens?...
Homo Economicus?...
Homo Mythologicus?...

Confesso que tenho gosto pelo que não é nítido...
Ávido pelo incerto...
Uma apatia pelas respostas modeladas..
E simpatia em demasia por questões!

Percepção, quem me define?
Conceitos, quais me limitam?

Para muitos Cético...
Para outros Dogmático...
Para alguns Louco...
Para uns Sábio...
Para mim? na verdade não sei!

"Quem sou?
Humano,
Isso que tenho sido...
Em consentimento tácito,
Um bípede mortal.

Como sou?
Insano,
(É apenas o que consigo?)
Como um beijo cálido,
Indecente e imoral."