Aqui, minha vida inteira confesso
Levada, como meninos risonhos.
Uma vida regada em sonhos,
Sonhos errados por excesso.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Bulício


Hmmm... sinto um cheiro
forte e doce,
não é deste meio
confuso pensei que fosse.

Deitado em tua cama
alucino em uma comparação,
declararás insana,
mas amo esta confusão.

Da cozinha pressinto o líquido
a ser preparado em meio a família.
Sonolento mas ainda vívido
descubro você nesta algaravia.

Meu desejo é de ter ambos aqui...
o preto e minha pretinha,
o líquido em si
e esta sapequinha.
Ação de má fé?
Não, não quero você mal,
porém, café e mulher
não tem aroma igual.

Como em uma chaleira
me delicio com os dois.
Esquento, perco a estribeira
sorvo depois.

Um eu chupo
N'outro bebo
Um eu lambo...
N'outro engulo.


em ambos misturo
ambos eu cheiro...
ambos me arrisco
e também me deleito.

Líquido amargo ainda saboroso
lábios adocicados e gostosos
ambos negros e cálidos
espanta em mim o sábio.


A razão é incapaz
para domar esse desejo tenaz
apartar um belo corpo sagaz
e é isto o que me apraz.

Saber que junto de ti sou paixão
junto de ti há prazer
junto de ti há tesão
as vezes não dá pra crer.

Sonho acordado
ao teu lado
bebendo o líquido calado.

Autor: Felipe Oliveira