Aqui, minha vida inteira confesso
Levada, como meninos risonhos.
Uma vida regada em sonhos,
Sonhos errados por excesso.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Por que escrevo?

Procuro entender por que escrevo...
Entendo que vem do peito e com ardor,
Não sei do que dizer: tristeza, ódio, amor?
Acho que nesta confusão apenas o desejo
Dê força suficiente para prosseguir,
Força tal que não me deixa ir...
Confesso que, não é por medo
Ou para fugir daquilo que se chama realidade,
Se afirmasse isso, seria até maldade...
Sei que assim posso encontrar desprezo
E em teu olhar posso ler:
“Tu escreves por escrever!”
Sim, por escrever, mas ainda mais, creio...
Não escrevo porque quero
Não se trata de algo concreto...
Escrevo simplesmente porque me veio
Sendo isto ou aquilo
Escrevo porque preciso!


Autor: Felipe Oliveira

Questões Vivenciais


Escrever...
Variados momentos...
Diversos lamentos...
Muitos tormentos...

Pensar...
No que fazer...
Pra quê sofrer?
O que escrever...

Crer...
Em um deus senil...
Doutrina sutil
Por promessas mil...

Falar...
O que não sabe
Onde não cabe
Pela metade

Chorar
Com enorme dor
Pelo amor...
Vida sem cor.

Sorrir...
Para o que virá...
Por muito sonhar
Enfim realizar.

Sentimentos
Ações
Momentos
Paixões

Desejos...
Poder...
Medos...
Crer...

Fantasia ou realidade...
Que seja, eu quero a verdade!








Autor: Felipe Oliveira

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Sentir o Sem Sentido


Ao despertar de súbito veio o medo...
Olho ao redor, mas nada vejo...
Em vão meus olhos tentam se fixar...
Brutal desespero este de não enxergar.

Na mente fagulhas de um passado...
Imagens contorcidas de algum ser amado...
Como em brasa o peito me revela...
Que já perdida está aquela.

Voltou a si? Não sei...
falsas são as paredes que tateei...
O infinito é o que me cerca...
Indiferença fulgaz o que me seca.

Chorar já não consigo
falar? nem preciso.
Sinto que já não sinto nada...
Não sei se é conto de bruxa ou de fada...



Autor: Felipe Oliveira

Amarelo Adoecer


A dor é ser...
Amar é elo...
Contigo viver
é o que quero!

Desejo é não ter
Coragem é tentar...
Por ti meu querer...
é mais que sonhar.

Vontades, volúpias...
de carinho e ternura...
Sonhos, utopias...
de experimentar sem frescura!

Vida em cacos, em fragmentos...
sem ti, meu bem...
fico preso nos fatos, dos eventos...
sou refém!

Mas se tu não é de ninguém...
Liberdade em mim, Amém!



Autor: Felipe Oliveira

Re - Partir





Não quero corar...

Não quero mentir...

Não quero segredos...


Não vou chorar...

Não quero partir...

Compreendo seus medos.


Sei que posso amar..

ao mesmo tempo refletir...

e ainda tenho desejos.


Não sei te falar...

As vezes nem agir...

Mas chega de rodeios...


Quero em ti encontrar....

Um sentimento que eu não possa fugir...

Falo sério, sem gracejos.


Você não quer acreditar...

e para me despedir

aproveito o ensejo...


Terminar...

Ir...

Que seja do teu jeito!



Autor: Felipe Oliveira

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Desabafo



Simples seria se não houvesse a razão...

Fácil, se fossemos pura emoção...

Gostoso seria viver só pelos instintos...

Inocente, talvez... ser guiado apenas pelo que sinto.


Vontade, dever...

Desejo, necessidade...

Alcançar, ter...

Saber, praticidade...


Sou simples? Complexo?

Sou o que sou?

Palavras sem nexos...

Coração que já amou...


Percepção, quem me define?

Conceitos, quais me limitam?

Peço somente que não me subestime...

Se vocês assim querem... terão!



Autor: Felipe Oliveira

Fragmentos



Hmmm... a chuva caindo lá fora...
o pão de queijo saindo do forno...
crianças lambuzam-se de amora...
o café esquentando no fogo.

A rede me traz aconchego...
No peito pulsa um coração...
Nos lábios o açúcar dos seus beijos...
Aflita se encontra minha mão...
Pêlos eriçados de desejos...
Grunhidos loucos de tesão...

Ahhhh... o relógio me desperta pra vida...
Tirando-me do sonho de glória...
Afastando da minha querida...
Mostrando que não se trata da memória..
e sim de ilusões vividas...

Travessuras da imaginação...
Na mente gira um pião...
Se já tive um? Sei não...


Autor: Felipe Oliveira

Vida e Morte em Vida



Entre árvores sadias e acabadas...
Por casas inabitadas...
É como tenho me sentido...
Assim eu tenho vivido.

Vida de delícias e dissabores...
De harmonia e horrores...
Dicotomia relevante...
E até predominante.

Maltrata-me de forma hábil...
Justifica-se de um jeito lábil...
Maneiras diversas de viver...
Jeitos múltiplos de morrer.

Autor: Felipe Oliveira

terça-feira, 21 de abril de 2009

Delírio



Começou...
A fazer sentido
Os flashes da minha memória...
A ter significado
Todas essas células...
A justificar
Todo fel.

O que sou?
Isso que tenho temido,
Não ter passado, nem glórias...
Ser formado
Por coisas incrédulas...
Não ser mar
Nem mel.

Quem sou?
Humano,
Isso que tenho sido...
Em consentimento tácito,
Um bípede mortal.

Como sou?
Insano,
(É apenas o que consigo?)
Como um beijo cálido,
Indecente e imoral.



Pra onde vou?
Nem purgatório, nem inferno e nem céu.
Tremo,
Ante o meu destino...
Nem por isso desisto.

Findou?
Não, aqui permaneço indelével.
Temo,
Apenas o meu declínio...
E ainda insisto.

Acabou...
As palavras não fazendo sentido,
Não passou de estória...
Mero bailado
De libélulas...
Em pleno ar
Em vasto céu.

Autor: Felipe Oliveira

Quem sou eu?

Há muitos anos me pergunto quem eu sou. Quanto mais me pergunto, menos sei quem sou. O que penso que sou não é o que sou.
Se apenas soubesse quem realmente sou, deixaria de proceder como penso que sou. E se parasse de me comportar como penso ser, saberia quem sou.

Homo Sapiens?...
Homo Demens?...
Homo Faber?....
Homo Ludens?...
Homo Economicus?...
Homo Mythologicus?...

Confesso que tenho gosto pelo que não é nítido...
Ávido pelo incerto...
Uma apatia pelas respostas modeladas..
E simpatia em demasia por questões!

Percepção, quem me define?
Conceitos, quais me limitam?

Para muitos Cético...
Para outros Dogmático...
Para alguns Louco...
Para uns Sábio...
Para mim? na verdade não sei!

"Quem sou?
Humano,
Isso que tenho sido...
Em consentimento tácito,
Um bípede mortal.

Como sou?
Insano,
(É apenas o que consigo?)
Como um beijo cálido,
Indecente e imoral."