Aqui, minha vida inteira confesso
Levada, como meninos risonhos.
Uma vida regada em sonhos,
Sonhos errados por excesso.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Façanhas


Faz-se presente, mesmo quando ausente.
Faz-me contente, ainda que indiferente.
Fez-me emotivo, menos racional.
Faz-me criativo, mais passional.
Faz-se feliz, só pra me agradar.
Forja a cicatriz, só pra te abraçar.
Faz-se nervosa abrindo caminho.
Faz-se dengosa pra ter meu carinho.
Fez-se motivadora, és minha impulsão.
Formou-se administradora do meu coração.

Autor: Felipe Oliveira

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Sonhos...


Às vezes somos
apenas sonhos
de não ser o que fomos.

Ainda poderia ser pior,
depois de muito suor
sabermos que iremos ao pó.

Somos apenas projetos,
projetados nos restos,
resultados de processos.

Um filho de pais,
um sonho juvenil de casais,
de criar deles algo a mais.

Nosso nome há muito sonhado
por alguém do passado,
em nós fora forjado.

Nossa idade no presente:
sonho de algum displicente,
que envelheceu derrepente.

Nossa profissão,
desejo nosso? não...
ai.. doce ilusão.

Processo de sonhos em excesso
de algum carpinteiro do universo
que começara pelo sentindo inverso.

Pior seria se fosse nosso pai,
pois um dia a ficha cai
e gemer sem falar iríamos: "ai"

Ai de nós senão tivermos sido,
Um bom filho, um bom marido,
um bom amante, um bom amigo!

Projeções de fora,
que formam o mundo de agora
e nos roubam delícias de outrora.

Autenticidade, onde?
o original se esconde,
quem planejou não responde.

Até certo ponto iludidos,
considerando-se traídos,
quando nos descobrimos perdidos!

Quando descobrimos a vida,
a sina...
a lida...

Aqui, minha vida inteira confesso
Levada, como meninos risonhos.
Uma vida regada em sonhos,
Sonhos errados por excesso.

Autor: Felipe Oliveira

domingo, 25 de julho de 2010

Bem comigo.... melhor contigo!


Hora boba,
tolas horas,
faminta loba
me devoras,

inebriante néctar da tua boca
na vivência de outrora
pelos dias que se fora
encravaram-se na memória

Na mesa sua sopa
Na infância, amoras
Na cama apenas roupa
e agora? somente sobras

Resquícios de uma vida louca
nesta imensa copa
palco de dúvida e escolha
escolha tão torta.

Lento e como em gangorra
tempo passa mas retorna,
dia, semana que se escoa
mas lembranças que transforma...

me transtorna..
me transporta..
me...

há barulho lá fora..
chaves na porta
ahhhhh.. você está de volta!

Autor: Felipe Oliveira

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Distração

Película...
certa
de encenação
concreta
sobre a paixão
...és minha reflexão

Cutícula
Perversa
rouba sua atenção
da conversa
em questão
...perco a razão

Partícula
me enervava,
tempo cão
que se passara
e volta mais não
...tudo intuição

Gotícula
encerrara
em ablução
uma cratera
no seu coração
...doce ilusão

emoção...
...paixão
coração...
...

vence sempre minha razão!

Autor: Felipe Oliveira

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Ar...

Ar que há em ti, que me faz arquejar,
Carinhos, que tu não se cansa em me dar
Volúpia constante em se doar.

Amo quando me afaga com teu olhar,
alegro-me quando gargalhas ao prosear,
me animo ao perceber teu dengo a me chamar,
enfim adoro contigo ficar,
com você o tempo passar
e em ti meu corpo se arrastar.

Adoro sua voz doce no meu ouvido sussurrar,
Delícia é sentir a tua pele na minha tocar
Suspiros me vem por tua língua em meus pêlos roçar

Você me faz sonhar,
Acordado, viajar...
De prazer, delirar
Te amo, e ao teu lado sempre quero estar.

Sinto-me seguro ao te abraçar,
És meu porto, minha luz, meu luar,
És espaço, tempo, lugar,
és meu lar.

Autoria: Felipe Oliveira & Juliana Ferreira


terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Amores Mudos


Descendo a bahia
um casal mudo,
nem assovia
e é tudo.

Tudo que havia
naquele intervalo...
as mãos da companhia
e dedos calados.

Calados na algaravia
da metrópole alvoroçada
pelo fim do dia
que na rua lhe escapava.

Escapava olhares em demasia,
furtivos, as escondidas
e ambos ao resto assistia
sem as honras devidas.

De vidas por certo vadias
retratara a película
que o diretor lhes trazia
naquela noite tranqüila.

Tranqüila até onde podia,
pois naquela tarde
uma discussão tola havia
maltratado um coração que arde.

Arde agora na noite vazia,
no vazio do teu quarto silencioso,
silencioso fazendo o quê, não sabia,
sabia porém que de um modo impetuoso
o texto na cabeça surgia,
e de um jeito tenebroso
toda cólera sumia
e assim, ardoroso
calado, jazia
um espírito doloso
e um novo se erguia.

Autor: Felipe Oliveira

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Cinco Sentindo-te

Teu cheiro está em minha roupa
contorcendo-me com uma vontade louca
de ter seu corpo inteiro na boca.

Tic-tac, o relógio me deixa infeliz,
demora a passar o tempo, me faz cicatriz
que maldade esta, de lembrar-te pelo nariz.

Tateando no escuro sem medos,
percorrendo o lençol da cama em rodeios,
imaginando teu corpo em meus dedos.

Na cabeça passam rápidos momentos gloriosos,
tempos de delicadeza, ternura... saborosos,
Ahhh, como te queria diante dos meus olhos.

Quando tua boca em meu ouvido se parelha
e faz soar suspiros que me incendeia,
inigualável festa faz-te em minha orelha.

Só com teu falar
já lhe provo com meu paladar,
mesmo na escuridão
perto de ti não perco a visão.
Ainda que encoberta, de fato,
não resistirias ao meu tato,
E ainda que exprimisse um "palavrão"
dulcíssimo seria à minha audição.
Culpa disso tudo é teu perfume insensato,
incutindo desejos através do meu sensível ofalto.


Autor: Felipe Oliveira